O que são Dermatoses?

Durante a gravidez existem manifestações cutâneas fisiológicas do período gestacional, enquanto outras são consideradas patológicas e recebem o termo dermatoses específicas da gravidez.

Podem ocorrer durante a gestação ou no período imediato pós parto, e incluem o prurigo gestacional, as pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez, a colestase intra-hepática e o penfigóide gestacional. São um grupo heterogêneo de doeças pruriginosas que serão abordadas nesta sessão e detalhadamente no respectivo tema.

PRURIGO GESTACIONAL

Doença benigna específica da gestação, também chamada de eczema atópico da gravidez ou prurigo gestacional de Besnier, foi descrita inicialmente por Besnier et al. em 1904.

Etiologia: Dermatose de etiologia ainda desconhecida, acredita-se que seja um tipo de overlap do prurido de origem atópica.

Epidemiologia: Considerada hoje a doença específica da gestação mais prevalente, representando quase metade de todas as doenças específicas da gravidez.

Ao contrário da PUPPP, colestase intra-hepática da gestação e penfigóide gestacional, que predominam no final da gravidez, o prurigo gestacional ocorre mais precocemente, entre a 20º e 34º semana.

Raramente ocorre em primíparas.

Quadro clínico: Caracteriza-se por pápulas e nódulos eritematosos intensamente pruriginosos principalmente em superfícies extensoras dos membros, abdomen, podendo acometer também o tronco.

As lesões evoluem para crostículas e escoriações, caracterizando um quadro eczematoso.

A histopatologia é inespecífica e evidencia infiltrado inflamatório predominantemente linfocitário na derme superior, sem eosinófilos, com presença de acantose e paraceratose, sugerindo um processo eczematoso subagudo ou crônico.

Imunofluorescência negativa.

O diagnóstico diferencial deve incluir além das doenças específicas da gravidez, as dermatoses pruriginosas não relacionadas à gestação.

Tratamento: O tratamento é sintomático, visando alívio do prurido.

Usa-se anti-histamínicos orais e corticóides tópicos.

A doença tem caráter benigno, não acarreta repercussão para mão e/ou feto, e tende a se resolver logo após o parto, exceto em raros casos que pode persistir por semanas ou meses.

Não há tendência a recorrer em gestações futuras.